Venâncio Mondlane, candidato derrotado nas recentes eleições, abandonou Moçambique e se refugiou na África do Sul, após receber uma intimação da Procuradoria da República (PGR). A intimação exigia sua presença para justificar acusações de envolvimento em um suposto golpe de Estado e em atividades de agitação popular contra a Comissão Nacional de Eleições (CNE).
A fuga de Mondlane ocorre em um contexto tenso, onde ele e seus apoiadores alegam que a CNE emitiu resultados fraudulentos que favorecem o partido FRELIMO e seu candidato, Daniel Chapo. O ex-candidato, que lidera a oposição, expressou preocupações sobre a integridade do processo eleitoral, afirmando que os votos foram manipulados para garantir a vitória do partido no poder.
Fontes próximas a Mondlane indicam que a decisão de deixar o país foi tomada como uma medida de precaução diante das ameaças de perseguição política. A situação gera apreensão entre os seus apoiadores, que temem que a repressão aos opositores políticos possa se intensificar.
Em um comunicado divulgado antes de sua partida, Mondlane denunciou a intimidação e afirmou que a sua fuga não representa uma desistência na luta pela justiça e pela transparência nas eleições. “O que está em jogo é a democracia de Moçambique. Não podemos aceitar que o processo eleitoral seja corrompido por interesses políticos”, afirmou.
A reação da PGR foi rápida, reiterando que as investigações sobre as alegações de Mondlane são necessárias para garantir a ordem pública e a segurança nacional. A procuradoria enfatizou que os atos de incitação à violência e desestabilização do Estado não serão tolerados.
Enquanto isso, a situação política em Moçambique continua a ser objeto de debate acalorado, com muitos cidadãos exigindo reformas no sistema eleitoral e maior transparência nas práticas da CNE. A fuga de Mondlane pode intensificar as tensões entre o governo e a oposição, além de provocar uma discussão mais ampla sobre a liberdade política no país.
A comunidade internacional observa atentamente os desenvolvimentos, preocupada com as implicações para a democracia e os direitos humanos em Moçambique.